terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A venda do carro


O Roriz foi ver uns carros e fui junto, até que fim ele achou um carro que o agradasse e comecei a comentar com o vendedor que tinha um carro Ford Ka 2003, branco, que tinha arrumado ele todinho pra ir trabalhar, que o motor era bom e etc... e, devido a um problema de saúde deixei de pagar, além de ser proibida de dirigir por conta da direção que é mecânica. 

Fechamos a compra do carro do Roriz e ele veio ver meu carro. Em dois  dias ele arrumou um comprador, coloquei a papelada dele em dia e pronto. Terminarei o ano de 2012 sem dívida e viva, super saldo positivo pra esse ano horrível!

Conclusão: no final, tudo dá certo!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A viagem e os planos


Com as respostas da última consulta com o Dr. Avelino resolvi usar meus pontos acumulados Smiles da GOL e ver se conseguimos viajar de graça. Consegui comprar, com as milhas, de Fortaleza para o Pará e ainda sobrou! 

Quero conhecer a ilha de Marajó e Belém, mas pelo tempo que vamos passar acho que vou manter o foco só pra Belém mesmo. Vamos dia 11/02 e voltamos dia 17/02 acho que uma semana é suficiente, pelo menos é o que acho! Já começamos a pesquisar os pontos turísticos da cidade e com base nisso vamos montar o nosso roteiro. Já paguei as reservas da Pousada em Belém, estou um pouco ansiosa por esta viagem. Já faço planos e pesquisas. Vou levar uma mala com pouca roupa, pois quero trazer cupuaçu, açaí, farinha de tapioca, buriti e tudo que tem lá e não tem aqui.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A faculdade


Estou fazendo faculdade, posso dizer que está sendo bem difícil aprender coisas novas, principalmente inglês, pois ainda tenho dificuldade com a perca de memória recente, mas sinto que, desde que comecei a estudar, essa perca de memória tem reduzido consideravelmente.

Essa semana comecei as ultimas avaliações e estou precisando tirar 8 em inglês, a parte da estrutura gramatical, fora essa ainda estou pendurada em mais três. Espero que consiga! Mas se não conseguir vou tentar não esquentar, juro, semestre que vem já está decidido: vou me matricular em um curso de inglês, assim aprimoro a fala e reviso essa parte das regras gramaticais.

Essas duas semanas que passaram foram bastante proveitosas, resolvi meu imposto de renda, que estava atrasado, e estamos atrás de resolver o problema do carro. O banco demorou tanto pra responder nossa proposta de 7 mil, que agora o carro vale 5 mil. Tá osso, mas é questão de paciência.  Vamos manter o foco nessa nota em inglês, porque ela está bastante alta e o resto vai se resolvendo!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Tudo no seu tempo


Fomos ao Dr. Avelino hoje, ele é o médico neurologista que me acompanha, como já disse. Foi uma consulta bastante esclarecedora e dessa vez lembrei de todas as minhas perguntas!

A primeira foi: se eu, um dia, vou voltar a dirigir. A resposta valeu por todo o resto do ano, ele disse que poderia desde que fosse direção hidráulica (por ser leve) e que isso fosse feito aos poucos, com percursos curtos e fora do horário de pico. Ótimo! Não dá pra descrever a imensa alegria que senti, por dois motivos, um que foi tão difícil juntar o dinheiro pra tirar, depois ter o tempo pra fazer as aulas, por fim comprar o carro! Aceito as condições, só em saber que nem tudo está perdido.

A segunda foi: se poderia viajar de avião, por conta da pressão e tal, ele disse que não tinha problema. A terceira e a quarta já nem lembro mais, a emoção foi tanta na primeira resposta que me esqueci de memorizar as outras, vale ressaltar que esse foi o assunto do dia e ainda sinto alegria só em lembrar esse dia!

Vou refazer o exame que vê as veias do cérebro no final de janeiro de 2013 e depois disso ele vai preencher as papeladas do seguro de vida, que tenho pra receber. Aparentemente não há lesões irreversíveis no meu cérebro, mas ele precisa ver esse exame, que vou fazer no final de janeiro, pra bater o martelo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Um dia pra tristeza


Uma das coisas que mais sinto saudade é da minha independência, antes do aneurisma, morava só, dirigia, resolvia as minhas coisas sozinha. Agora, que estou proibida de dirigir, tenho que depender da boa vontade e do tempo disponível dos outros.

Hoje estou com as prestações do carro atrasadas, nunca tinha atrasado nenhuma, pelo contrário, as pagava adiantado. Agora, afastada pelo INSS, o dinheiro é exclusivamente para o meu tratamento, remédios e alimentação. O banco não quer receber de volta o carro, eu não posso dirigir mais, é uma infelicidade só.

Lembro no dia que fui comprar meu carro, logo depois que recebi a carteira de motorista. Era meu primeiro carro, dia 06 de junho de 2011 às 11h40, lembro como se fosse hoje. Foi uma alegria só! Vim, inclusive dirigindo, peguei um engarrafamento monstruoso; mas estava lá satisfeitíssima com a chave das minhas asas, pena que durou apenas 10 meses.

Hoje tá difícil, me bateu um desânimo, sinto que nesse ano perdi algo que mais prezava, a minha liberdade.

Saudade de morar só e ter o silêncio só pra mim, de bater perna por aí sozinha com meus pensamentos, de rodar no shopping, de sair, de ter um tempo só meu. Acho que estou na TPM.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Check Up


O final do mês de Novembro foi marcado com ida  aos médicos. Nesse meio tempo também tivemos consulta com a cardiologista e fizemos novamente todos os exames, pra investigar o porquê da formação dos trombos na veia pulmonar, mas nada deu alterado, a não ser pela carência de ferro, o que já tinha sido constatado anteriormente e passou outro eco-esofágico pro final de Janeiro pra ver se teve alguma outra formação de trombo e se já terminou de desmanchar o outro que estava bem dissolvido, na minha alta.

Estamos no início de Dezembro, nada de extraordinário aconteceu. O Roriz vai trocar de carro e o banco aceitou uma proposta de R$7.200 pra quitar o meu e sair meu nome do SPC, então essa é a hora!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A hemorragia


Com um mês de alta e tomando o marevan, voltei a menstruar, depois de 5 anos sem. Tenho o histórico de ovários micro-policísticos e por conta disso a grande ausência do ciclo, expliquei pra Dra Ruth que mesmo tomando anticoncepcional  não descia e que tenho isso desde os 12 anos. 

Com o aneurisma  não posso mais tomar anticoncepcional e com a diabetes, descoberta ainda no hospital, passei a tomar a Metiformina, o que voltaria a regular a menstruação e pensava que ela estava vindo muita por conta desse longo tempo. No primeiro mês menstruei muito, por 7 dias ininterruptos, com 15 dias veio novamente, só que dessa vez normal. Acontece que, com mais 15 dias, veio a chuva de sangue novamente e assim se repetiu por mais dois meses, vi que nada estava tão normal assim. Em dois dias usei 2 pacotes de absorventes noturna, daquele que é  para ciclos menstruais severos, teve um dia que dormi de fralda porque estava cansada de trocar de lençol de cama além de cansaço e desânimo, no dia seguinte, bem cedo, fomos à emergência procurar a Dra. Ruth.

Como ela me achou muito pálida, pediu que fizesse um hemograma e pediu também para ver as taxas de ferro no sangue. Quando ela viu meu hemograma, primeiro me deu umas boas chamadas e depois mandou ficar deitada tomando duas bolsas de sangue. Esse dia era aniversário da minha mãe, ela tinha feito um jantar e acabei nem indo porque só fui sair 23 horas. Com esse episódio, ela mandou suspender o marevan quando iniciasse o ciclo menstrual e reiniciasse quando terminasse o ciclo, fora isso, tomasse sulfato ferroso com vitamina C, duas vezes ao dia.

E, tudo voltou ao normal.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Minha nova casa


Tá certo que não é minha, mas é meu novo endereço. 

Estou morando com o Roriz, na casa dos pais dele. De início tudo é muito novo e estranho também, do ponto de quem mora sozinha desde os 18 anos, que com 20 ganhou o mundo rumo à uma vida sem os pais e etc. Esse vai ser um ponto bem difícil – depender de alguém.

Segundo os médicos não posso mais morar só, assim como também não posso mais andar só (pelo menos por um longo tempo). Esse vai ser o maior desafio de todos, desaprender a ser independente.  A casa sempre tem gente, a mãe e o pai dele, a sobrinha, o irmão que trabalha em um quarto no andar de cima, então sempre tem companhia.

Já que, recentemente saí do hospital, então tenho alguns exames de rotina, todas as sextas-feiras faço o TP (tempo de coagulação), o de uma pessoa normal é 1,42, mas o meu é pra ficar na faixa de  2,0 a 2,5 segundo a Dra Ruth, que é a Cardiologista que me salvou da segunda vez. Com uma semana de alta marquei a consulta no Dr.Túlio que foi o Neurologista que me operou. Ido pra essas consultas, alguns muitos remédios pra tomar e tá tudo certo, penso eu.

Alta do Hospital

O grande  dia chegou, depois de longos 42 dias, saí do Hospital. Lembro que foi um dia muito feliz, o Roriz foi me pegar e me levou até a casa da minha mãe. Ele já tinha me feito a proposta de morar com  ele, na casa dos pais dele. Disse que iria pra casa dos meus pais, mesmo sabendo que não iria dar muito certo, não deixaria de tentar.

Meu pai tem o temperamento muito forte e eu também, sempre bati de frente com ele, se não concordava com alguma coisa, dizia e defendia meu ponto de vista. Moro só desde os 18 anos  e desde os 15 anos já ganhava meu próprio dinheirinho, então ia ser um desafio grande dividir o mesmo teto. Dois dias depois tivemos nossa primeira discussão, porque ele  queria que  fosse pra igreja e eu  disse que obrigada não iria. Ainda fui adiante, disse que eu pedi pra morrer e que não pedi que ninguém fizesse promessa no meu nome. 

Tá, eu sei que  fui longe demais, mas meu pai tem que aprender a respeitar o tempo  das pessoas. Tinha acabado de sair do hospital, queria respirar e não queria pressão. Várias pessoas fizeram promessas pra eu melhorar, vou cumprir todas.

Combinei com o Roriz de me pegar na sexta e por conta disso foi um auê em casa, porque tinha que voltar  no Domingo e blá blá blá, quando vi que não  ia dar certo disse pro Roriz que aceitaria a proposta dele, apesar de que a mãe dele tem umas coisas que tiram a paciência de qualquer um, mas, segundo ele, já tinha sido conversado isso. Fui pra casa dele e quando foi na terça voltei pra casa pra falar com meu pai, acho que por conta do nervosismo, minha diabetes estava  perto da casa dos 200.

Fomos, ele  não falou nada, só escutou. A mãe arrumou minhas coisas e voltamos. Foi assim, limpo e seco. Eu gosto pra caramba dele, mas só nos damos bem morando em casas separadas.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Quem quase morre, ainda está vivo!

Pois é, essa frase faz bem sentido agora!
Falei que saí da UTI duas vezes, mas não falei o motivo da volta. Foi assim: da primeira vez passei 20 dias me  recuperando da cirurgia, dessa época lembro pouca coisa, talvez dos últimos três dias e aí acabei voltando.

O motivo do meu retorno à UTI foi por conta  de uma embolia pulmonar ou formação  de coágulos na veia pulmonar. Fui acometida por uma febre muito alta, entrei em choque, as enfermeiras dizem que cerrei as mãos e dentes, me levaram pra  UTI e tentaram colocar remédio na veia e arrancava, por isso me amarraram na cama.

O Roriz disse que fizeram exame de tudo que foi jeito, pra encontrar o motivo da febre, quando a Dra. Ruth foi chamada, porque não encontraram a causa. Quando ela  chegou, a primeira coisa  que ela perguntou foi a data de um cateter que tinha para a aplicação de medicamentos, aí descobriram a causa da febre, o cateter que estava infeccionando. Descoberto isso, tiraram o cateter e a febre começou  a baixar, mas não satisfeita ela passou um eco-esofágico e aí descobriram que tinha três coágulos na veia pulmonar, estacionados. E, por conta desses coágulos, fiquei no hospital sendo medicada com varfarina sódica de 5mg e só saí de lá quando eles sumiram.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sou um amuleto de sorte!

Desde a segunda vez que saí da UTI, me tornei uma pessoa que dava sorte para os outros pacientes no quarto. 
No primeiro apartamento passou por mim uma moça que havia feito uma cirurgia para remover as pedras na vesícula. Ela ficou por lá apenas dois dias e recebeu alta. Em seguida, chegou uma jovem senhora que teve um AVC. Ela ficou por três dias e recebeu alta. Depois veio  a D. Vanda, a única que consigo lembrar o nome. Ela ficou mais tempo, duas semanas, e, quando recebeu alta, tive que mudar de quarto. Fui para um quarto próximo ao balcão das enfermeiras, pra variar levei a sorte para os outros companheiros de quarto. Uma senhora  idosa, que lá estava, recebeu alta no mesmo dia. 

Fiquei só por uma semana e nesse meio tempo as meninas se dividiram com a minha mãe pra  dormir comigo.  Uma noite foi a Eulália que chegou com a Rafaela, depois do banho, ela me maquiou, penteou meu cabelo e tirou fotos pra postar no Facebook.

Outra vez, a Soraia  foi  dormir comigo, a Paulinha também foi um dia dormir e me deu meu primeiro batom vermelho da  MAC, lindo! Também foram a Socorro, a Gabriela (minha cunhada), as minhas tias Miriam, Maria e Dora, quem passou os últimos 10 dias me acompanhando, por fim, foi a Fernanda, uma vizinha da mãe e que acabou se tornando  minha amiga.

Sair da UTI foi difícil, mas sair do Hospital parecia impossível. Os dias se arrastavam e a Dra. Ruth, que era a cardiologista que me acompanhava depois da minha volta à UTI.


domingo, 11 de novembro de 2012

Visita na área de isolamento

As visitas nessa área eram proibidas, mas um certo dia recebi a visita de todos de uma só vez! Nesse dia foi legal e engraçado. A UTI é triste e solitária, quando não se está dormindo, agora, imagine a área de isolamento.

Nesse dia foram: Adhara,  Adriana, Eulália, Rafaela, Socorro e Roriz. Pela manhã a Socorro foi me visitar, ela levou uma mini Nossa Senhora e uma presilha de cabelo, vermelha com poás.  Na visita das cinco horas, primeiro, chegou a Adhara e o Roriz e eu lembro  que queria saber da rotina deles, perguntei se já tinham começado as inscrições pro ENEM, qual curso ela tinha escolhido e outras coisas.

Logo em seguida chegaram as meninas e  foi aquela zorra, a Adriana foi a última a entrar. Como a  aglomeração de  pessoas era proibida, ainda mais na sala de isolamento, a Rafaela fechou as cortinas impedindo que os médicos e as enfermeiras vissem aquilo. Com isso, a Adriana, em tom de brincadeira, disse que era a hora do sexo e foi aquela algazarra toda!

sábado, 10 de novembro de 2012

A greve do coco!

Disseram que ia sair da UTI, dessa vez não criei expectativas, enquanto esperava vaga. Aliás, esse foi o primeiro grande aprendizado: "deixar as coisas acontecerem naturalmente, segundo a vontade de Deus". E, por conta disso, ainda esperei uns três a quatro dias.

Nesse período senti vontade de fazer coco, pelo que me lembrava fazia uns dias que não fazia, mas a médica não me liberou para ir ao  banheiro. Por três dias tomei laxante. A médica do plantão, Dra. Isabele, perguntou se pelo menos sentia  vontade, respondi  que não e que era algo psicológico. Só cagaria se ela me liberasse minha ida ao banheiro, ela recusou meu pedido (claro) e me propôs o seguinte: ela liberava uma cadeira higiênica, desde que na ala que estava. Aceitei, não tinha pra onde correr mesmo!

Eu juro que tentei,  me espremi, contei formiguinhas, olhei pro teto, cantei (mentalmente) uma música qualquer e só saiu uma bolinha, ou seja, o mesmo que nada. Isso só fez minha situação piorar, pois passei a me sentir empachada. Passaram-se dois dias e a Dra Isabele viu que não adiantaria me entupir de laxante e pense que o bicho era doce! Então ela ligou pra Dra. Ruth (a cardiologista) e só aí ela liberou a ida ao banheiro. Nossa! Foi o dia mais feliz que um coco pode ter. Sério.

Com isso, passei a tomar banho sozinha, sempre sob a supervisão de alguém, mas estava e isso pra mim era importante. Com  isso, a equipe médica percebeu que estava mais "independente" e me transferiram para um apartamento, finalmente saí da UTI! Se soubesse que uma greve de coco iria causar  tudo isso, teria usado essa técnica anteriormente (brincadeirinha).

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Fora da UTI pela primeira vez

A enfermeira disse que ia sair da UTI, por conta disso, fiquei toda animada e criei milhões de expectativas, naquele dia não deu certo. Os quartos e as enfermarias estavam lotadas, simplesmente não tinha vaga. Fiquei tão triste  e decepcionada que não aguentei, enchi os olhos d'agua e comecei a chorar.

Aí fui explicar porque estava chorando e quanto mais explicava, mais chorava. Estava decepcionada comigo, porque não podia fazer nada pra mudar. Fiz tanto drama que acabaram achando uma vaga pra mim, no dia seguinte e fiquei só alegria.

Fui pra um quarto e se tudo corresse bem, quatro dias depois iria pra casa, infelizmente, não durei nem um dia completo. Saí da UTI por volta das 10h e voltei por volta das 20h. Já fora da UTI, no quarto, só lembro que tomei banho e fui dormir. Quando acordei, sei lá quantos dias depois, estava na UTI novamente e pior, na sala de isolamento toda amarrada, abri os olhos e pensei: Meu Deus, de novo não!

E assim, a saga da UTI começou novamente.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Flashes de memórias

Tenho dois flashes de memória, um, acordei no meio da operação e vi um teto branco, três monitores e duas pessoas de colete azul. A enfermeira viu que acordei e chamou o Doutor, então ele veio e disse que estava tudo bem, que eles estavam fazendo um exame e que eu ia  voltar a dormir para eles continuarem o exame. Realmente dormi.

A outra lembrança é de um sonho, pelo menos eu acho que foi um sonho. Sai da UTI  e depois voltei por complicações, depois conto sobre isso. Pois bem, nessa vez que voltei, sonhei que era acordada por uma enfermeira que ia me dar os remédios e para ela eu pedia que me deixasse morrer, que não aguentava mais, era muito sofrimento, enfim. No sonho ela dizia que tinha como acelerar o processo, mas para isso tinha que pagar R$1.600,00 e eu dizia que  não tinha esse dinheiro e por conta disso, resolvi que era melhor viver.

Na segunda vez que voltei a UTI, passei dois dias em coma e curiosamente depois desse sonho, acordei.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A tão esperada consulta


Outubro chegou e com ele a tão esperada consulta com o Dr. Avelino, contei toda a saga até aqui, ele passou mais 10 sessões de fisioterapia, terapia ocupacional, contei pra ele, que por iniciativa própria tinha voltado a estudar, mas estava tendo muita dificuldade em memorizar as coisas, por conta da perda de memória recente. Ele disse que a recuperação é assim, devagar, mas que o importante é não parar. 

Tenho a meu favor a idade, então tinha que desacelerar e fazer as coisas devagar e não desistir. Pediu pra ver o exame que fizemos com o Dr. Túlio e disse que visualmente não há nenhuma área afetada que seja irreversível, mas por precaução pediu pra fazer outro exame no final de Janeiro de 2013.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dor de cabeça com o plano de saúde


Pensava eu que um exame pós-operatório seria simples de autorizar, que nada. Fui à consulta com o Dr. Túlio e teria que fazer uma ressonância que veria todas as veias do meu cérebro. Esse exame teria que ser autorizado na Unimed, chegando lá, toda uma burocracia em volta. Demos entrada na autorização, teríamos 5 dias úteis  para a minha empresa pagar, cair o pagamento e depois autorizar. A empresa esperando esse papel pra pagar e nada, passou os 5 dias úteis, a gente ligando pra Unimed e nada. Até que um dia fiz a maior zuada nas redes sociais (Twitter e Facebook), a Unimed respondeu, mas mesmo assim, nada. 

Até que, cansados de esperar esse bendito papel chegar na empresa, resolvemos denunciar ao ONS com todos os números de protocolos que recebemos ao longo da espera e  só aí esse bendito papel chegou na empresa, eles pagaram, foi autorizado e fiz o exame. Tudo normal e o Dr. Túlio me indicou para o Dr. Avelino, que também é Neurologista, só que clínico e especializado nessa área de reabilitação.

O Dr. Avelino deve ser muito bom, pois só consegui vaga pra Outubro e a minha segunda perícia do INSS seria em Agosto. Resolvemos procurar outro Neurologista clínico para ter um laudo pra levar pra perícia, eis que achamos um doutor que resolvemos de apelidar de Dr. Louco, vou explicar por que... Quando fomos à consulta não tinha ninguém esperando, já achamos estranho. 

Pra entrar na sala dele tinha o seguinte protocolo: A atendente, primeiro nos anunciou. Eu, que era a paciente, deveria sentar na cadeira do lado direito, o Roriz, que era o acompanhante, na cadeira do lado esquerdo. Primeiro eu falo, sem pesquisar relembranças do Roriz, depois ele falaria. 

Então, não preciso nem explicar que eu falei pouco, até porque a única coisa que eu lembraria era que esqueço as coisas com muita frequência. Ele testou os reflexos, a sensibilidade, disse que o esquecimento é ansiedade e nada que as tarefas domésticas não resolvessem já a dormência do lado esquerdo e a falta de coordenação do lado direito, 10 sessões de fisioterapia iria resolver.  

Passou um calmante e claro que não comprei. Partindo do ponto que o meu caso não foi tão simples assim, então, claro que a falha na memória não é ansiedade e nem as 10 sessões de fisioterapia resolveu. Mas o atestado dele serviu pra perícia do INSS, então a viajem não foi perdida. 

Chegou o mês da perícia e ainda precisava de ajuda do Roriz pra responder as perguntas, claro que não me lembro de nenhuma delas, mas deu certo, o médico renovou até 31 de Dezembro de 2012.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pela visão de quem me socorreu

O que vou escrever são relatos de quem me socorreu, das pessoas que foram ao hospital me visitar e das que me contaram.

Pela visão da Elsa (minha sogra) e do  Roriz (na época, meu namorado):

Eram 06:30 da manhã quando o porteiro do apartamento da Daniele ligou dizendo que ela estava  passando mal, como o Roriz estava muito gripado, fui pra ajudar.

Chegamos junto com a ambulância que o porteiro tinha chamado, a Daniele já estava no sofá, desmaiada e toda molhada, como a ambulância não tinha equipamentos levamos ela pelos braços, pela escada, até a emergência da Unimed, lá o médico encaminhou para a sala de medicação, tomou e  nada dela recobrar os sentidos, ela também batia muito na cabeça,  então vi que tinha alguma coisa errada, voltei no  médico e foi preciso discutir com ele pra ela poder fazer uma ressonância, nisso já era 19h, na sala do exame ela entrou, passou uns 3 minutos e o enfermeiro saiu com a notícia que ela ia ser internada e precisava ser operada às pressas, como o Roriz não era  casado com ela, precisou da operação dos pais, às 02h da madrugada ela foi internada e às 17h do dia seguinte ela foi operada.

No mesmo dia da operação o Roriz avisou a Eulália e ela avisou ao resto das meninas: Ana Paula, Rafaela, Adriana, Socorro, Soraia e também postou no Facebook avisando os demais. A operação foi feita pelo Dr. Túlio Spíndola, no final da operação ele explicou que as sequelas dependeriam da reação dela ao longo do período de recuperação.

Passado dois dias da operação, a Daniele acordou, com os olhos ainda manchados de sangue, estava entubada e de lá pra cá ela só melhorava, com uma semana, tiraram os tubos, no início ela falava muito baixo e compassadamente, depois foi melhorando.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quando tudo começou...

Sempre fugi desse negócio de escrever um diário, pois pra mim é deixar provas contra você mesmo. Porém, escrever minha rotina e lembranças fazem parte do tratamento, do qual vou explicar.

Em 10 de Abril de 2012 acordei com muita dor de  cabeça, como tinha fortes enxaquecas, achei que era mais uma. Fui no banheiro, tomei banho e tentei vomitar, em vão. Parece que a dor aumentou. Então sentei no sofá e peguei o telefone para discar pro meu namorado e simplesmente não conseguia! Sabia o número, mas não conseguia coordenar os  movimentos da mão com o que pensava, nesse momento vi que era algo sério e aos poucos estava desfalecendo. Então comecei a chorar e falar com Deus, lembro que eu perguntava: O Senhor vai me deixar morrer aqui, sozinha?

Tentei ligar para o 190 e pedir socorro, depois de muitas tentativas, consegui,  caiu na secretária eletrônica e aí me perguntei: Quem que está morrendo pode esperar? Mas, mesmo assim, esperei por cerca de 5 minutos e nada. Lembro de ter pensado: me recuso a morrer só. Juntei forças e pedi socorro pelo interfone, pedi para o porteiro ligar para a ambulância e dei o número da casa do Roriz pra ele avisar, deixei a porta do apartamento aberta e apaguei. Tudo que tenho, desde então, são relances de lembranças.