quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pela visão de quem me socorreu

O que vou escrever são relatos de quem me socorreu, das pessoas que foram ao hospital me visitar e das que me contaram.

Pela visão da Elsa (minha sogra) e do  Roriz (na época, meu namorado):

Eram 06:30 da manhã quando o porteiro do apartamento da Daniele ligou dizendo que ela estava  passando mal, como o Roriz estava muito gripado, fui pra ajudar.

Chegamos junto com a ambulância que o porteiro tinha chamado, a Daniele já estava no sofá, desmaiada e toda molhada, como a ambulância não tinha equipamentos levamos ela pelos braços, pela escada, até a emergência da Unimed, lá o médico encaminhou para a sala de medicação, tomou e  nada dela recobrar os sentidos, ela também batia muito na cabeça,  então vi que tinha alguma coisa errada, voltei no  médico e foi preciso discutir com ele pra ela poder fazer uma ressonância, nisso já era 19h, na sala do exame ela entrou, passou uns 3 minutos e o enfermeiro saiu com a notícia que ela ia ser internada e precisava ser operada às pressas, como o Roriz não era  casado com ela, precisou da operação dos pais, às 02h da madrugada ela foi internada e às 17h do dia seguinte ela foi operada.

No mesmo dia da operação o Roriz avisou a Eulália e ela avisou ao resto das meninas: Ana Paula, Rafaela, Adriana, Socorro, Soraia e também postou no Facebook avisando os demais. A operação foi feita pelo Dr. Túlio Spíndola, no final da operação ele explicou que as sequelas dependeriam da reação dela ao longo do período de recuperação.

Passado dois dias da operação, a Daniele acordou, com os olhos ainda manchados de sangue, estava entubada e de lá pra cá ela só melhorava, com uma semana, tiraram os tubos, no início ela falava muito baixo e compassadamente, depois foi melhorando.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quando tudo começou...

Sempre fugi desse negócio de escrever um diário, pois pra mim é deixar provas contra você mesmo. Porém, escrever minha rotina e lembranças fazem parte do tratamento, do qual vou explicar.

Em 10 de Abril de 2012 acordei com muita dor de  cabeça, como tinha fortes enxaquecas, achei que era mais uma. Fui no banheiro, tomei banho e tentei vomitar, em vão. Parece que a dor aumentou. Então sentei no sofá e peguei o telefone para discar pro meu namorado e simplesmente não conseguia! Sabia o número, mas não conseguia coordenar os  movimentos da mão com o que pensava, nesse momento vi que era algo sério e aos poucos estava desfalecendo. Então comecei a chorar e falar com Deus, lembro que eu perguntava: O Senhor vai me deixar morrer aqui, sozinha?

Tentei ligar para o 190 e pedir socorro, depois de muitas tentativas, consegui,  caiu na secretária eletrônica e aí me perguntei: Quem que está morrendo pode esperar? Mas, mesmo assim, esperei por cerca de 5 minutos e nada. Lembro de ter pensado: me recuso a morrer só. Juntei forças e pedi socorro pelo interfone, pedi para o porteiro ligar para a ambulância e dei o número da casa do Roriz pra ele avisar, deixei a porta do apartamento aberta e apaguei. Tudo que tenho, desde então, são relances de lembranças.