sexta-feira, 31 de maio de 2013

‘The draft’ - Livro de menina que morreu após um aneurisma

Passeando pela internet vi uma reportagem curiosa, a cerca do ‘The draft’. O livro foi escrito como forma de homenagem, pois a escritora morreu após o rompimento de um aneurisma:

A reportagem nos trás a certeza do que já sabemos, o aneurisma quase sempre é fatal e silencioso. Pena que não seja um livro de superação pós aneurisma e sim um livro de memórias antes de um aneurisma.

Encontramos poucos relatos de quem passou por isso, como enfrentaram ou enfrentam o período de recuperação, as milhões de perguntas que veem a mente, as frustrações com a velocidade do raciocínio, enfim... Só que passou por isso e sobreviveu, sabe como realmente é conviver com a certeza de que você agora é diferente.


Sabe, esse meu retorno ao trabalho está sendo um constante desafio. Tenho e tento me manter equilibrada e com um único pensamento: tenho que respeitar meus limites, sem me deixar abater por esses mesmos limites. Mas, confesso que é bem difícil.


Quando você volta (ou pelo menos tenta) estabelecer sua rotina de antes, um fato curioso que acontece, é que as pessoas que fazem parte da sua rotina acabam esquecendo que você está em recuperação e começam a lhe cobrar como a pessoa que você era antes do aneurisma. Entender, compreender, relevar e manter a mente abstraída desse fato é realmente bem difícil. 


Vez ou outra entro em parafuso com isso, mas nada que uma boa conversa com o Roriz não resolva e me faça voltar aos eixos.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O modo de lidar com a pressão psicológica...

Essa seria a tática a ser escrita, mas não existe tática.

Voltei a trabalhar, como já disse por aqui... e, como esperado, as coisas não estão fáceis. Ontem, conversando com um funcionário do departamento, ele disse exatamente o que está acontecendo, não sei se essa é apenas a visão dele ou se é a visão do meu chefe também.

Antes do aneurisma eu era uma pessoa extremamente ágil, nas ações, no pensamento e para desenrolar diversas situações. Agora, demoro bastante para processar uma única informação, sou lenta para escrever e confundo informações. Vou dar um exemplo, antes para dimensionar um grupo gerador para determinado cliente, demorava apenas alguns minutos. Hoje, passo o dia todo para fazer apenas um e ainda esqueço de algum detalhe na memória de cálculo.

Outra situação: meu chefe me pediu para verificar algumas informações com uma outra pessoa, depois de muito tentar falar com essa pessoa, consegui manter contato, porém esqueci de perguntar uma única informação... aí já viu, pra voltar a falar com essa pessoa foi-se o resto do dia. Quando ele me pediu as informações, claro, estavam incompletas. O pior de tudo é que quando ele fez, parece mágica, em alguns minutos conseguiu a informação que faltava e eu volto a escutar a famosa frase: "eu resolvo em poucos minutos, não sei qual é a dificuldade". E assim está sendo o meu dia-a-dia no trabalho.

Estou suspeitando que vá ser demitida, ainda é uma suspeita. Mas, confesso que essa situação toda está me causando um mal-estar. Primeiro, porque sei das minhas limitações, depois, por estar sendo submetida a essa pressão psicológica. Enfim, se alguém tiver receita de bolo... favor deixar nos comentários.

Resumindo tudo: uma bosta.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sinto que meus problemas laborais apenas começaram...

Voltei a trabalhar e com isso os meus problemas começaram... Estou à deriva no escritório da empresa, antes era Coordenadora Técnica em uma usina termoelétrica, depois que voltei, fui remanejada para o escritório da empresa e trabalharia na área de aplicações. Retornei dia 24/04 e, desde então, apenas estudo e relembro algumas teorias técnicas, nisso vi que os meus problemas apenas estão começando.

Hoje escutei a célere frase: "como vou lhe ensinar se o básico você não sabe". Não que não saiba, apenas não lembro. E, estudo... mas no outro dia já esqueci de tudo! Também tem o caso de, com o meu afastamento, alguns equipamentos mudaram e outros se tornaram obsoletos. Enfim, o dia hoje não está fácil e a única vontade que tenho é de chorar.

Voltei a trabalhar porque me sentia apta a função que exercia antes, esse problema de fixação da memória já sabia que era um sequela que me acompanharia por um bom tempo, mas também não contava com essas mudanças no trabalho, muito menos nessa cobrança de pegar tudo com um curto intervalo de tempo.

Pode ser que as coisas melhorem ou pode ser que piorem, em todo o caso, o máximo que pode acontecer é ser demitida, o que acho bem mais provável disso acontecer em alguns meses ou semanas. Mas e aí? Como fico? Essa é a pergunta que ainda não tenho resposta. 

O Dr. Avelino passou a Terapia Ocupacional, marquei com a psicóloga para o dia 14/05. Não sei, mas estou considerando em dar entrada novamente no INSS.  Estou pensando seriamente nessa possibilidade, vamos ver até onde vai isso tudo dar.

sábado, 4 de maio de 2013

Voltei a trabalhar!

Alguns dizem que tudo ainda é muito recente, devido a gravidade, uns dizem que 01 ano não é tempo suficiente para voltar ao trabalho. Confesso que há dias em que fico extremamente cansada, mas acho que é por conta que estou na fase da adaptação, estou conseguindo dormir as 23h e acordo as 06h.

No trabalho está assim, há dois grupos de pessoas, as que acreditam na minha plena recuperação e as que ficam com um pé atrás e meu chefe faz parte do segundo grupo. Procuro entender os dois grupos, mas deixo claro a todos que aquela Daniele estressada, ligada no 440V e que faz tudo ao mesmo tempo... Bem, essa aí não vai vir tão cedo ou até nunca mais. Até tento dar uma acelerada e encarar a pressão de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas nesse dia que fiz esse teste, fiquei tão cansada que cheguei em casa e apaguei, no outro dia parecia que todo o cansaço tinha descido para as pernas, não sei bem explicar, mas vi que sentir essa exaustão ao máximo é muito ruim.

Fui remanejada, agora vou trabalhar com aplicações de engenharia, tudo ainda é muito novo. Confesso que no primeiro dia fiquei um pouco assustada e já achava que não ia dar conta do recado, mas se acovardar diante de um desafio não faz parte de mim. Estou estudando e anotando, talvez o grande desafio seja de não me cobrar tanto (que pegue tudo) em um curto período de tempo.

Eu e o Roriz estamos enfim morando juntos, nosso apartamento ainda está bem simples, mas o que importa é o amor e o dinheiro pra pagar o aluguel (sic)! Brincadeiras à  parte, nossa nova rotina inclui lazer, estudo e trabalho, então tudo tem que ser bem prático e com isso estou colocando em prática a teoria PPP, que vi lá no blog Meu Cérebro Mudou, a técnica serve pra muitas ocasiões e colocando-a em prática aprendi a planejar toda a nossa semana, meus remédios na mochila, os almoços do  Roriz, meus lanches e até os meus horários de dormir, acordar e etc... Tudo é planejado. 

A técnica do PPP  também serve para aqueles dias em que estou com a cabeça bagunçada, pensando milhões de coisas ao mesmo tempo. Aprendi a identificar esses dias, então se penso muito em uma coisa, devo passar uns 3 dias refletindo sobre ela, no 4o. dia encontro alguma solução mais simples do que imaginava já no primeiro dia ou então nem era algo assim com profunda importância.

Minhas sessões com a psicóloga começaram e conversar sobre isso me ajuda a entender a cabeça dessa nova Daniele, antes que ela me engula de vez.

E pra encerrar... Vou pro show do Paul McCartney, aqui em Fortaleza. Por isso a foto no post de hoje! rs