quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Contagem progressiva


Ultimamente abandonei o termo "contagem regressiva" e troquei para "Progressiva", porque o certo da vida é isso, progredir e não regredir.

Sei que tem dia que não dá para ser 100% positiva, porque não dá, sejamos humanos sinceros. Nesses últimos dias muitas coisas aconteceram. Minha cirurgia inflamou, desinflamou, fiquei triste, depois alegre, meu irmão chegou de Boa Vista e dei uma  fugidinha para uma night!

Foi bom voltar a se sentir viva e ativa.

Dia 16/09 começo a primeira sessão de radioterapia, que é a Braquiterapia. Apesar da longa conversa com o médico, confesso que dá um medinho.

Plena segunda-feira fomos ao Acervo, a casa fez uma festa exclusiva para os amigos e colaboradores. Foi bem legal, porque a proposta foi despretenciosa e cada um subia no palco e fazia seu show particular em homenagem a casa e aos donos, que está fechando a casa e partindo para apenas o ramo de produções.

Fui com a minha "pariceira" de todas as farras!

Mais algumas fotos da noite:




domingo, 24 de agosto de 2014

Perpectivas

Sei lá, nesses dias me bateu um desânimo... talvez isso esteja influenciando minha recuperação.
Passei a semana ligando para um número que o médico me deu, a fim de cobrar o resultado da biópsia que vai definir o tipo de radioterapia que vou receber. Porém, o telefone só chama...

Minha rotina nessa semana foi quarto - banheiro - quarto... Minha cirurgia inflamou, ainda está inflamada, e hoje meu almoço estragou, só me restou um pouco de macarrão e agora pela noite, pão e suco. 
É, se meu humor já estava capenga... hoje foi pro chão e ainda tá por lá.

E, nessa noite, ando pensando nas perspectivas... e cheguei a conclusão que são... nenhuma. Talvez a única perspectiva que tenha é passar por essa fase chamada câncer, fora isso, nenhuma.
Porque... vamos analisar:
1) Estou de licença de um emprego que me torturava todos os dias, desde meu retorno do aneurisma.
2) Minha vida pessoal está aos cacos ou talvez, nem cacos restaram. 
3) Quem me conhece, sabe que sempre quis ser mãe. Agora, só me resta ser mãe de coração, mas também não tenho coragem de adotar enquanto não ter um lar saudável pra uma criança. 

Agora, se passar dessa... quem é que vai querer se relacionar com alguém que teve câncer, porque o risco dele voltar sempre será uma sombra que vai me acompanhar até o fim.

Ando cheias de avaliações críticas e nenhuma perspectiva, tá osso!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Que você...

Se lembre de mim não quando ouvir falar de câncer, mas quando ouvir falar de cura, fé, alegria e otimismo.
Lembre-se de mim quando te fizerem cócegas, quando te beijarem irritantemente.
Lembre-se de mim quando tiver precisando de doses de coragem.
Lembre-se de mim quando fizerem paródias idiotas de música pop com o teu nome ou quando ouvir uma gargalhada gostosa e contagiante.
Lembre-se de mim quando comer brigadeiro na colher, quando tiver pulando ondas, quando tiver secando o arroz, quando fizer sol de praia ou simplesmente quando tiver com preguiça do mundo.
Lembre-se de mim quando subir numa árvore de manga, quando derrubar toda a cerca do vizinho ou quando bater a ideia idiota de comer limão com sal.
Lembre-se de mim quando alguém chorar assistindo uma comédia romântica, um desenho animado ou se assustar com alguma cena de suspense.
Lembre-se de mim quando alguém tentar te convencer, através de ditados populares e frases de efeito... Lembre-se também das minhas frases sem sentido e dos meus pensamentos ditos em voz alta.
Lembre-se de mim quando ouvir aquela música estranha, mas gostosinha e que até dá pra ensaiar dois pra lá e dois pra cá.
Lembre-se de mim quando sentir o amor de Deus queimando no teu coração (me ama, Ele me - e te - ama!).
Lembre-se de mim quando alguém te disser que fé e religião são assuntos completamente diferentes.

E, principalmente: Lembre-se que a vida é muito curta e rara, pra desperdiçar com besteiras.
Um segundo pode ser tempo suficiente pra mudar tudo, assim como um segundo pode ser uma eternidade para não fazer nada.

Texto adaptado.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Positivo + Negativo = Equilíbrio

Hoje estou bem reflexiva... Refletir, interiorar, conversar consigo mesma, procrastinar, do contrário do que muitos pensam, isso é bom! É voltar-se para dentro, sentir o seu corpo e sobretudo sua alma. Precisamos desse tempo conosco, dessa reflexão. Pois bem, estava enumerando os fatores positivos e negativos desses últimos eventos que aconteceram comigo. Não que os positivos se sobressaem dos negativos e, sim, para cada negativo, existe um positivo e nesse encontro temos o equilíbrio.

Desde os meus 13 anos sofria com hirsutismo, resultante da SOP, somado a oleosidade excessiva no rosto, espinhas, excesso de peso... Passado a adolescência, me livrei das espinhas e um pouco da oleosidade, mas o hirsutismo só piorava, sim... Eu era uma mulher com barba! 

Isso sempre mexeu com a minha auto-estima, gastei sempre muito dinheiro pra manter um rosto com a mínima feminilidade, maquiagens cada vez mais específicas para esconder os pelos que encravavam e as manchas causadas pelos que cresciam por dentro de uma camada fina da pele. Pra uma mulher, isso é um verdadeiro terror!

Apelei para as diversas técnicas de depilações, das mais superficiais às mais invasivas e a situação só piorava e chegou um momento que desistir de ir contra a natureza e deixei crescer, depilar só na linha. Pois bem, depois da cirurgia tenho notado que a oleosidade do rosto simplesmente sumiu e agora tenho que tomar cuidado para não ressecar e proteger mais a pele... E os pelos? Estão descontinuando e muitos deles estão caindo.

Então, quando a vida te parecer ingrata, comece a enumerar os negativos, mas também dê chance para os positivos que surgem... Vale a pena!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Câncer com Otimismo

Ontem, passeando pela internetê parei pela fanpage "Câncer com otimismo" e li esse trecho tão legal, sobre memórias, lembranças, vida e refleti sobre como as pessoas lembram de mim, como passei pela vida de cada um. Vale a pena compartilhar!

Que você se lembre de mim não quando ouvir falar de câncer, mas quando ouvir falar de cura, fé, alegria e otimismo.
Lembre-se de mim quando te fizerem cócegas, quando te beijarem irritantemente.
Quando fizerem paródias idiotas de música pop com o teu nome ou quando ouvir um R gaúcho.
Lembre-se de mim quando comer estrogonofe, tomar caipirinha de morango, suco de graviola e Baileys ou Amarula em copinhos vindos de várias partes do mundo.
Lembre-se de mim quando subir numa árvore ou quando bater vontade de ficar na cama num sábado preguiçoso.
Lembre-se de mim quando alguém chorar assistindo uma comédia romântica (ou um desenho animado!).
Lembre-se de mim quando sentir o amor de Deus queimando o teu coração (me ama, Ele me - e te - ama!).
Lembre-se de mim quando alguém tentar te convencer através de ditados populares e frases de efeito...
Lembre-se de mim quando ouvir aquele jazz sensual, aquele samba alegre ou um forró divertido.
Eu sempre disse que dançar é escrever com o corpo, então leia o meu nome quando assistir a uma dança. E dance. Sonhe, ria, viva, ame sem medidas.
Nunca é tarde para recomeçar.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Dando espaço para a vaidade e retorno ao médico

Sábado foi um dia atípico, levantei da cama já decidida a mudar o visual e isto incluiria cortar os cabelos!

Ainda não estou dirigindo, afinal tenho só 12 dias de operada, mas fui ao salão a pé (andando bem devagarzinho, mas cheguei lá). Meu cabelo estava quase na metade das costas, fui decidida a cortar sem pena e não me arrependi.

Minha mãe ainda tinha aquela mania dos antigos, de que cortar o cabelo, ainda operada, faz mal. Mas ontem, durante o retorno ao médico, ele até elogiou a atitude e disse que manter um bom astral faz bem pra saúde.

Agora estou no período dos 30 dias (pós-operação) e também esperando o resultado da biópsia, pois ele explicou que é preciso saber o tipo de célula para definir qual a radioterapia mais eficiente.
Pelo que ele explicou, são dois tipos de Radioterapia:

Radioterapia externa - ou radioterapia convencional consiste na irradiação de um determinado volume alvo (tumor) com um feixe de radiação externo (a longa distância) geralmente de raios X ou de elétrons de alta energia produzidos por um acelerador linear.

Radioterapia interna ou braquiterapia - , ao contrário da radioterapia externa que trata o órgão alvo com feixes de radiação externos, utiliza fontes de radiação interna (a curta distância). Na braquiterapia o material radioativo é colocado, por meio de instrumentos específicos, próximo à lesão tumoral.

Radioterapia interna pode envolver um implante radioativo, uma solução líquida ou injeção intravenosa. Dependendo do tipo de tratamento a ser utilizado, o paciente pode precisar ser hospitalizado por um curto período de tempo.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O câncer, a cirurgia e a recuperação

Descobri o câncer em 29 de Maio desse ano, minha cirurgia aconteceu nesta última sexta-feira, dia 01 de agosto. Entrei na sala cirúrgica as 10h e, segundo minha mãe, saí as 16h.

O câncer que tenho é o mais difícil de ser diagnosticado, mesmo fazendo a prevenção a cada ano e às vezes, a cada 06 meses, por conta da SOP (síndrome dos ovários micro-policísticos). Nunca se chegou a diagnóstico algum. O que me fez começar a duvidar dos constantes diagnósticos de "stresse" que os ginecologistas atribuíam ao sangramento, comecei a mudar de médicos até que um passou uma simples ultrassom e identificou um formato globoso do endométrio. A partir deste resultado, fiz uma histeroscopia que conseguiu identificar o endocarcinoma de endométrio. 

A priori, o câncer estava localizado apenas no endométrio e o médico já tinha esclarecido todas as minhas dúvidas quanto aos procedimentos cirúrgicos e pós-cirúrgicos. Inicialmente ele iria tirar apenas o endométrio e enviar para o "congelamento" afim de realizar a biópsia e saber realmente se o câncer estava apenas localizado, caso positivo, a cirurgia pararia neste estágio e após a recuperação iria fazer radioterapia. Contudo, foi constatado que estava mais avançado e seguiu-se a segunda etapa da cirurgia que foi tirar os ovários, trompas de falópio e o material seguiu para uma nova biópsia, saindo o resultado de que a cirurgia teria que se estender um pouco mais e a partir daí não sei de mais detalhes, a única informação que sei é de que a cirurgia foi até um músculo próximo ao reto.

Minha consulta com o oncologista é na próxima segunda-feira (11/08) e saberei todos os detalhes, inclusive qual será o tratamento pós-cirúrgico. O que presumo é de que a quimioterapia passará a ser considerada mais do que a radioterapia, mas isso é o médico que dirá.

Enquanto isso, os cortes estão sarando bem, não há sinal de inflamação. Tem uma enfermeira que todos os dias vem aplicar injeção na minha barriga e depois disso, ficamos conversando. Ela recentemente perdeu o pai, com câncer também, e cuida de um senhor de 50 anos que sofre de esclerose múltipla e hoje estávamos conversando sobre o psicológico de pessoas que sofrem de doenças graves, inclusive ela disse que a depressão mata muito mais rápido do que propriamente a doença.

Contei pra ela que de início, a notícia em si, me abalou muito. Mas depois resolvi lutar, porque já passei por tantas coisas e não seria agora que me entregaria. Contei sobre as viagens que já fiz, conversamos sobre fé, política, relacionamentos, ela chega as 06h da manhã e hoje saiu mais de 10h. Foi muito bom!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Os sonhos, Freud e Carl Jung

“Um homem caminha por uma estrada e encontra dois outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e Jung.”

Formado em medicina e especializado em tratamentos para doentes mentais, ele criou uma nova teoria. 
A teoria estabelecia que as pessoas que ficavam com a mente doente, eram aquelas que não colocavam seus sentimentos para fora. Segundo Freud, este tipo de pessoa tinha a capacidade de fechar de tal maneira esses sentimentos dentro de sua mente, que, após algum tempo, esqueciam-se da existência.

Freud se formou em neurologia e, a partir do seu trabalho com doentes mentais, criou a psicanálise. Mas, o que me despertou curiosidade e interesse em Freud foi seu estudo em sonhos. 
“Uma função psíquica encarregada de compensar, de suavizar, de substituir, mesmo, uma realidade que nos  é  hostil,  por  outra,  totalmente  diferente, onde um novo mundo se descortina  diante  da alma e onde todas as nossas   ações parecem absurdas, justamente porque as mais censuráveis, na sociedade em  que  vivemos, gozam, enquanto dormimos de uma espécie de liberdade condicional, quando se expandem nos sonhos”.(Gastão Pereira da Silva)
Fonte: Psicologado - Artigos de Psicologia
 A partir dessa abordagem vou contar uma das minhas experiências com sonhos.
Antes do aneurisma tive dois sonhos bem estranhos. Na primeira vez, sonhei que o teto do banheiro caía sob a minha cabeça. O barulho era muito grande e apesar do teto ter caído, continuava em pé e nada acontecia. Na noite posterior ao primeiro sonho, tive outro. 
Nesse outro sonho: estava no hospital, na sala de espera (em pé) e via muitos amigos sentados nessa sala, resumidamente, era como se eu estivesse esperando ser atendida e nenhum deles fazia nada e foi aí que comecei a gritar e via que nenhum deles me escutava. Lembro claramente da frase que gritava no sonho: "Vocês vão me deixar morrer?". E, acordei.

No terceiro dia seguinte aos dois sonhos, era dia de pagar as contas e em cada loja ou banco que ia, as pessoas me ofereciam seguro de vida. Realmente, via a sequência de três episódios bem estranhos e resolvi fazer, descobriria mais tarde que essa história de seguro de vida é a maior furada, mas isso é outra história.

Então, pelos acontecimentos dá pra recordar a época.O seguro de vida foi negado pelo seguinte motivo: estava no 67° dia da carência, de 90 dias. Pré-estabelecidas no contrato, naquelas letras bem miúdas. Meu aneurisma foi no dia 10/04/2012, se estava a 67 dias do início do contrato, então meus sonhos aconteceram, mais ou menos, entre os dias 2 e 3 de fevereiro/12 (uma estimativa por alto).

Depois do aneurisma, ainda no hospital, tive outro sonho e deixo pra contar em outra oportunidade... 

Só que Freud alega que  "o sonho é produto da atividade do inconsciente e sempre tem sentido intencional, ou seja, a realização, ou não, de um desejo reprimido. Assim eles vão revelando a natureza do homem e são meios os quais podemos ter acesso ao conhecimento do interior oculto da mente."

Já Carl Jung "não reduz os sonhos à satisfação de desejos reprimidos no inconsciente pessoal, como o fez Freud. Ele os toma como mensageiros de complexos. Segundo ele, anexo a nossa consciência imediata existe um segundo sistema psíquico, de natureza coletiva, universal e impessoal, que se revela idêntico em todos os indivíduos". Ou seja, a intuição não surge do nada, ela se forma sob vários aspectos somados, interiores, exteriores e universal.

E, a conclusão que tiro das experiências pessoais e das leituras que já fiz, é que: Os sonhos veem como a única forma do universo falar com o nosso corpo, que por sua vez, é traduzido pela nossa mente. Posso parecer louca, mas de louco, quem não tem um pouco?

domingo, 29 de junho de 2014

Desvendando os astros

Sabe, como todo ser terrestre que abre o jornal logo de manhã, tenho o hábito de checar meu signo as 07h por um aplicativo no celular, da Astrology Zone - Susan Miller. Assim, meio robótico mesmo. E, todo início de mês, faço a mesma coisa.

Tenho esse hábito, sei lá... Talvez por achar que ela sempre me alerta das coisas ou talvez de que ela sempre acerta. Desde fevereiro que ela alerta que deve ser feito um check-up, que é bom procurar opiniões de outros especialistas, que está na hora de investigar e dar ouvidos aos sinais do corpo... Assim, insistentemente.

Pode ser coincidência ou não, mas desde o final de fevereiro venho tendo hemorragias muito mais frequentes e por cada médico que passava, o único diagnóstico era "estresse". E, os alertas da Susan continuavam lá, mês a mês, insistentemente.

Por ter tido uma experiência anterior, quase que única e última, resolvi atender aos alertas dos céus, até que achei um médico que resolveu investigar melhor e vocês já sabem o início dessa nova história... Acontece que, de uns três meses para cá, os céus também falam de rever documentos, conversar com profissionais que entendem do assunto e etc. 

E aí que, mesmo que não se dê muitos ouvidos a astrologia, o acaso forja situações com as quais você fica de boca aberta... Pois bem, essa situação toda, com a qual estou vivendo, me forçou a procurar profissionais e um desses me fez rever todos os documentos anteriores, referente ao meu AVC e acabei descobrindo que estava totalmente errada quanto ao horário de entrada na emergência médica.

Ter essa informação em mãos, agora, nesse momento, mudou tanta coisa.

Sabe, acredito em Deus e acredito na força que Ele tem sobre nós e o universo, inclusive nas infinitas formas que Ele tem para conversar conosco. 

Acredito ainda que, a fé que pregam é totalmente diferente da fé que realmente é.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Período de luto

Dia 29 desse mês fará um mês que fui diagnosticada com câncer. Nunca fui de desperdiçar tempo, mas confesso que passei uns dias anestesiada com a notícia, depois me veio o sentimento de tristeza, raiva, revolta e passou. Viver esse período de luto foi necessário para descobrir uma camada de força que há por dentro de mim, foi necessário para fazer as pazes comigo, aceitar meus limites e me voltar as coisas simples da vida, como a família e amigos.

Problemas todo mundo tem, comigo não ia ser diferente. A primeira coisa que aconteceu foi algo bem legal, tive uma conversa de "igual para igual" com meu pai, me aproximei mais deles.

Todo mundo sabe que vai morrer, afinal essa é a única certeza que temos na vida. Mas ser diagnosticada com câncer abre realmente a sua visão e muda o seu conceito de VIDA.

E, nesse curto período vivi meu luto pessoal. Chorei, me lastimei, por vezes questionei Deus e fiz as pazes com Ele.

Nem tenho ideia do que me aguarda, mas tenho uma única certeza: vesti minha armadura e minha espada está afiada. Que venha a guerra!


quinta-feira, 19 de junho de 2014

A soma de experiências

Fazer aniversários, ficar velha nunca me assustou. Aliás poucas coisas conseguem me assustar e aranhas é uma dessas poucas coisas. Amanhã faço a seguinte conta: (15x2)+2 e confesso que me acho cada vez mais bonita, mais forte, mais determinada, mais audaciosa.

Audaciosa é um adjetivo que me define, na verdade.

Desde os 30, mudanças radicais tem feito parte da minha vida e no meu estilo de vida.
Não sei se sou uma cobra, trocando pele. Se sou a águia, quando se isola no alto da montanha, para trocar as penas ou a mitológica fênix, renascendo das cinzas. 

Acho que fico com a última, porque literalmente renasci até agora, das cinzas.

Durante o percurso da minha trajetória - infância / adolescência - aprendi a observar mais que falar, até hoje ainda tento botar isso em prática (mesmo sendo difícil). E, como qualquer adolescente tive minhas crises existenciais. Uma das coisas boas dessa época que ficaram foi: desafiar. 

Minhas asas cresceram rápidas e ganharam os céus, aos 19 anos. Uma boa época para aprender, aprendi a matemática do salário e os custos de uma casa, o meu teto. Primeiro aprendi a fazer receitas de miojo e fui aperfeiçoando, criei gosto!

Nessa mesma época criei duas identidades: a Daniele de exatas e a artística. As duas vivem em mim, tive que me adequar a isso.

Aos 23 me apaixonei perdidamente, aos 27 casei e antes que completasse os 28 separei. Aos 29 casei novamente, com a mesma pessoa. 

Aos 30, minha vida mudou completamente. Tive um aneurisma hemorrágico, aprendi o real significado do amor. 

Em 2013 passei a desacreditar em estatísticas, minha "mega sena da virada" viria em outras formas. No mesmo ano desafiei todos os médicos, todos. Saí de um aneurisma hemorrágico sem sequelas e voltei a fazer coisas que nunca mais iria fazer, dirigir é uma delas.

Tempestades indo embora, vieram dias nublados e estes quase não passaram.

O ano de 2014 prometia muitas mudanças e elas realmente estavam acontecendo, ainda continuam.

Maio foi um mês neutro, vamos colocar assim... nas ultimas horas do último dia de Maio o diagnóstico que mudaria novamente, tudo: estou com CA. Não vou dizer que não fiquei chocada, que não chorei, que não praguejei, mas a partir do momento que chorei todas as lágrimas, levantei a cabeça e abracei a luta.

Deus só dá a carga que podemos suportar. E, da luta, eu não fujo.

Portanto, hoje quero me dar esse parabéns. 



sábado, 7 de junho de 2014

Assédio Moral - A carta que não escrevi, vivi.

Eu, Daniele de Sousa Cavalcante, fui contrata pela empresa XX em meados de Setembro de 2010, como Coordenadora Técnica. A negociação de salário foi feita como em toda empresa, o funcionário pede A, a empresa oferta B e para se chegar a um consenso há um "acordo salarial". Firmado no contrato de salário de R$1.900 + 30% (referente a periculosidade), do qual se chegaria a um meio termo. Contrato de trabalho assinado.

Comecei trabalhando aproximadamente 20 dias na matriz dessa empresa e resolvendo pendências que teriam que ser resolvidas antes da minha ida ao local, tais como: cotação para aluguéis de banheiros químicos (da empresa Y), compra de um bebedouro (gelágua) e estabelecendo rotinas administrativas e técnicas.

Nesse mesmo período foi comprado um gelágua e pedi a empresa Y proposta para locação de banheiro químico, no caso, apenas 01, pois não havia banheiro nesta usina (na época) e nem recipiente para beber água. No local trabalham 2 operadores (homens) e eu seria a 3a. pessoa e iria dividir o banheiro locado com os operadores.

Uma pausa, para avaliar o meu translado de casa ao novo local de trabalho:

Comecei a trabalhar (Segunda a Sexta, das 08h as 16h40), locada neste local com a distância de 30km de onde morava e o único meio de transporte é: ônibus municipal ou carro. Para chegar até o local de trabalho, a empresa teria que depositar o dinheiro referente as passagens e refeições. 

Uma semana antes de começar neste local, passei as despesas ao diretor administrativo. Ao todo, seria: R$11,00 por dia, para as passagens + R$10,00 para a refeição. Mas, encontraríamos um problema: Como me deslocaria desse local até a cidade próxima para almoçar. Então teria que ser adicionado mais R$10,00 para o mototaxi me deslocar na chegada do ônibus, no horário do almoço e na ida para casa.

Então, vamos aos valores: R$11 + R$10 + R$10, no total de R$31,00 ao dia. Estendendo-se ao mês, teríamos o valor de R$31,00 x 21 dias úteis, daria a quantia de R$651,00 referente a ajuda de custo.

Comecei a trabalhar, no horário de 08h as 17h30 (seg - sex), afim de trabalhar em uma planta de geração de energia térmica da empresa "B", esta contratante da empresa XX com o contrato de manutenção e operação.

Não foi locado o banheiro químico e tão pouco foi depositado a quantia, referente as despesas de transporte e alimentação. Ao contrário disso, foi dito que:

Inicialmente iria de ônibus (ida-volta) metropolitano e usaria o ônibus de funcionários da B apenas para me deslocar na hora do almoço. Porém, os valores referente as despesas diárias de deslocamento e refeição foram tidas como "dispendiosas" pelo diretor financeiro, da empresa XX e seria depositado o valor de R$500 para despesas da usina e alimentação.

Então, a empresa consultou o gestor do contrato entre as empresas XX e B, afim de consultar sobre a autorização para que pudesse usar o ônibus de transporte de funcionários da referida empresa ao qual a empresa XX tem contrato, por mais que tenha uma cláusula no contrato firmado entre ambas que não aceita essas condições.

Com relação ao uso do banheiro: Para me adequar as condições de trabalho, adotei a seguinte rotina afim de não prejudicar as minhas necessidades fisiológicas. Na parte da manhã (08h - 11h45) ficaria na sala de operação da empresa contratante ( e assim teria acesso ao banheiro nas instalações da Contratante e no período da tarde, iria para a usina ficando até o horário de saída.

Cerca de 7 a 8 meses após trabalhar no local, tirei minha habilitação e comprei um carro. Então, passei a receber a quantia de R$200,00 para ajudar na despesa de gasolina e assim passei a usar o carro como meio de transporte. Meus problemas, ora resolvidos, começaram a aparecer quando meu carro começou a dar problemas mecânicos, ficando no prego na estrada após ter quebrado a junta homocinética e a carcaça da caixa de marcha, desembolsei cerca de R$2.500 para o conserto e voltei a minha rotina de trabalho. Nenhuma despesa referente ao reparo foi cobrado da empresa.

Esgotada física e pisicologicamente, diante da rotina de trabalho e pelos problemas encontrados nesse percurso, pedi férias em fevereiro de 2012. Acordado da seguinte forma: a empresa pagaria 10 dias e os 20 dias tiraria em 10 + 10. Escolhi o período do pós-feriado de carnaval para tirar os primeiros 10 dias, assim poderia viajar com meu marido e aproveitar melhor o período das férias. No RH da empresa, coordenado pelo então sr. responsável pelo RH, foi solicitado que assinasse o período integral (20 dias) afim de auditoria ISO9001, mas o acordo com o sr. diretor administrativo seria mantido.

Tirei os 10 dias pós-feriado de carnaval daquele ano, voltei as atividades normais no mesmo local. 

Em Abril do mesmo ano (dia 10/04/12), tive um Acidente Cardiovascular (AVC) com rompimento do coágulo, fui operada as pressas, e, cerca de 10 dias pós-operação tive três paradas cardíacas, ocasionada por uma embolia pulmonar. Ao todo, fiquei internada no Hospital da Unimed 42 dias e afastada por licença médica cerca de 1 ano de 3 meses. Após voltar de licença, reclamei os 10 dias de férias que ficaram a ser tirados antes do AVC e fui informada de que não não havia nenhum registro desse acordo, e, o papel das férias tinha sido assinado com 20 dias. Muito contrariada, por ter assinado um papel com o período integral, acreditando que o acordo verbal (de cavalheiros) seria mantido, aceitei e não reclamei mais.

Ainda no período de licença, meu então marido foi chamado pelo responsável pelo RH até a empresa XX e questionado acerca das despesas médicas referente ao meu acidente (AVC) e como seria pago. Na ocasião, meu marido expôs que o plano de saúde da empresa teria pouca cobertura referente aos meus exames e as rotinas de terapias referentes ao meu tratamento e com isso estávamos gastando muito para cumprir as recomendações médicas e assim minimizar as sequelas do AVC.

O sr. responsável pelo RH saiu da sala alegando que iria conversar com o sr. diretor financeiro e retornou com a seguinte proposta: as despesas do ocorrido, seriam pagas pela empresa XX integralmente, contanto que eu (Daniele de Sousa Cavalcante) sairia do plano de saúde da empresa (então Unimed). Proposta aceita com a condição de que o período de carência do novo plano não fosse considerado pela Unimed, porém sem sucesso com a Unimed e para resolver com brevidade, foi chegado a um consenso de que meu plano empresarial só seria cancelado após vencer a carência do novo plano (de 3 meses).

Voltei a trabalhar em Maio/2013 e nos primeiros dias fui informada de que o plano da Unimed foi cancelado e todos os funcionários estavam sem plano de  saúde, inclusive eu, que ainda estava na carência do novo plano. 

Após meu retorno, fui transferida para o departamento comercial de geradores. Lá, todos os dias, me obrigavam a fazer serviço de telemarketing, alegando que com meus conhecimentos técnicos poderia agendar visitas para os vendedores. Me recusei piamente. E assim, todos os dias, fui assediada moralmente por me recusar a fazer o serviço de telemarketing. 

Nesse mesmo período tive picos de pressão e glicemia, voltava para casa chorando e cogitei várias vezes em pedir demissão, devido a pressão psicológica que estava sofrendo.Porém, minhas despesas com medicação, alimentação e plano de saúde eram muito altas e não poderia ficar descoberta. Pedindo demissão e aceitando toda a pressão imposta, perderia todos os meus direitos perante a CLT.

Em meados de Junho ou Julho de 2013, tirei licença médica de 10 dias para refazer todos os exames e na ocasião perguntei ao médico (Dr. Avelino Missialdes) se havia alguma sequela que impedisse retornar ao local original de trabalho, então o mesmo explicou que não havia e que até teria superado todas as expectativas médicas devido a seriedade do ocorrido. Pois os últimos exames mostravam total cicatrização do rompimento da artéria. Com base na explicação, contei para ele toda a pressão sofrida no trabalho e que eles estavam se recusando a me colocar no local inicial ao qual trabalhava. Então, o Dr. Avelino, com base nos últimos exames, escreveu laudo declarando que poderia ser alocada no local original e não precisava de readaptação profissional.

Após a licença fui informada pelos srs. gerente e coordenador de vendas, que teria que marcar uma reunião com o sr. diretor financeiro afim de decidir "meu futuro" na empresa XX e o que queria  "da vida". Marquei a referida reunião e conversamos sobre todo o acontecido, sobre as atividades desempenhadas e as que estaria sendo obrigada a desempenhar. O sr. diretor financeiro, após uma longa conversa deixou transparecer que estaria aberto a um acordo, desde que devolvesse 50% referente a multa rescisória. De pronto, aceitei de coração aberto e me propus a assinar algum papel, se assim fosse necessário. Queria apenas me livrar de toda a pressão psicológica da qual estava sofrendo.

Voltei ao escritório da empresa, localizada na av. beira mar. 

Por volta das 16h, o Sr. diretor financeiro compareceu ao escritório e ficou conversando de portas fechadas com o Sr. gerente de vendas de geradores. Depois de um tempo fui chamada e me informaram que iria para o setor de serviços (oficina) trabalhar com geradores. Aceitei, pois ou aceitava a mudança ou continuava no escritório de geradores.

Comecei a trabalhar no dia seguinte, inicialmente minhas atividades seriam receber os atendimentos, coordenar roteiros dos atendimentos com os técnicos, agendar a equipe e atender clientes. 

Após três meses, o senhor diretor de serviços (irmão do diretor financeiro) fez uma reunião com todos do departamento de serviços, informando que os colegas de trabalho seriam promovidos para supervisores, igualando o meu salário aos demais. Interrompi a reunião e perguntei se eu teria direito apenas a um pedido, já que todos foram promovidos (menos eu) e que as atividades de todos (inclusive a minha) aumentaria. Ele me respondeu que não poderia me responder e para isso precisaria conversar com seu irmão.

As novas atividades que teria que fazer eram: as atividades já desempenhadas, acrescentadas as atividades de fazer orçamentos, emitir aviso de faturamento, executar a programação referente aos contratos de manutenção, fazer novos contratos de manutenção, analisar débitos de clientes e cobrá-los, ligar para clientes afim de fazê-los aprovar os orçamentos, agendar entregas técnicas de novos geradores, ligar para clientes com débitos pendentes, emitir notas fiscais de serviços e peças e muitas outras atividades. 

Ao final da reunião o senhor diretor de serviços deixou bem claro que, se não se adequasse aos serviços o futuro seria demissão.

E, com novas atividades e nenhum treinamento para desempenhá-las, fui aprendendo com os que já trabalhavam com elas, somado a todo o estresse gerado através de chamados corretivos (de geradores), clientes com insatisfeitos, administrar insatisfação dos técnicos que pedem treinamentos, dos que não recebem periculosidade (apesar de serem amparados por lei, por trabalhar com energia elétrica). Enfim, a demanda cada vez mais aumentando afim de que eu pedisse demissão.

Quando viram que não pediria demissão, inventaram metas financeiras para cada marca. Por último, e que culminou a minha revolta foi: cobrar por um serviço de dados (internet) do celular empresarial. Serviço este, que deveria estar bloqueado.

Toda essa pressão para que eu peça demissão, está consumindo o resto de saúde que tenho e por isso, resolvi pedir socorro. Faço acompanhamento psicológico, porque minha vida está insuportável.

No dia 29/05 fui diagnosticada com CA e mesmo a empresa tendo acompanhado toda a minha situação, continuo sendo constrangida psicologicamente a assinar recibo de conta de celular sob o nome de "adiantamento de salário", me recusei e me disseram que os descontos da Unimed irão continuar pelo tempo que trabalhar na empresa.

Ontem (06/06) reduziram mais ainda meu salário, cancelando o benefício de periculosidade, reduzindo mais ainda meu salário. Tenho contas atrasadas, limite do banco estourado e ainda tenho que administrar uma nova doença, que mata aos poucos.

Não aguento mais! Esse é mais que um desabafo. É, um pedido de socorro.

Por mais que esse empresa não me preserve, manti minha ética em preservar o nome dos envolvidos.


















quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ensaios da vida


Tenho ensaiado quanto a melhor maneira de dar a notícia, mas para esse tipo de notícia não há ensaio que dê jeito.

Desde o final de fevereiro desse ano, venho tendo alguns problemas de saúde. Exames aqui e ali, fui diagnosticada com CA do endométrio.

Inicialmente foi uma notícia recebida da pior forma possível, até porque o dia seguinte ao da notícia, foi péssimo, mas essa história fica pra outro dia ou dias, até porque ela é bastante longa.

Nessa semana ando fazendo exames e mais exames afim de saber a extensão do CA, se é apenas localizado ou se há outros focos.

domingo, 11 de maio de 2014

To viva, eu posso.

Bem, alguns meses não escrevo por aqui... Não por vontade, mas porque estou imersa em minhas próprias questões, pensamentos e sentimentos. Questões positivas e negativas também!

Enfim, tomei a iniciativa e voltar a dar meus próprios passos.
Voltei a ser independente: tô morando com uma amiga, pra não morar só (ainda).

Estou me re-organizando financeiramente (ainda, mas chego lá).

Desisti dessa ideia de começar do zero, em outro lugar. Comecei a me perguntar: por que tenho esse hábito? Por que tenho esse hábito? Assim, duas vezes... porque a resposta está dentro de mim e tenho que trabalhar essa resposta. 

Decidi que é hora de me colocar em primeiro lugar. Primeiramente, Eu, meus planos e desafios. O resto é o porvir, consequência da pessoa em que estou trabalhando e resolvendo.

Isso já é resultado das sessões com a psicóloga, porque trocamos ideias e exponho o que penso e o que sinto, ao invés de ficar "ruminando", remoendo e implodindo.

Meu desafio diário: ver o lado bom de todas as coisas. Das boas, como recompensa, dádiva, presente. Das ruins, como aprendizado.


domingo, 5 de janeiro de 2014

Passado, presente e futuro

Nos últimos dias tem passado uma retrospectiva diante dos meus olhos. Talvez tenha sido ingenua demais em acreditar que as pessoas possam mudar, talvez acredito na mudança porque eu sou capaz de superar. Talvez e talvez... nunca se vai saber.

Diante disso, em 2014 algumas mudanças farão parte do meu cotidiano. Acho que citei por aqui que separei do meu companheiro, que nem estava mais sendo companheiro e diante desse novo cenário um turbilhão de coisas foram acontecendo e, pela velocidade das coisas, nem tudo conseguia acompanhar, só observar e isso me deixou um pouco a parte do blog. 

Em janeiro vou me mudar, dividirei novamente um apartamento com uma amiga, tenho uma viagem marcada para Abril e um casamento para ir em Julho, tenho metas íntimas e propósitos bem ousados!

Bem-vindo 2014.