quinta-feira, 19 de junho de 2014

A soma de experiências

Fazer aniversários, ficar velha nunca me assustou. Aliás poucas coisas conseguem me assustar e aranhas é uma dessas poucas coisas. Amanhã faço a seguinte conta: (15x2)+2 e confesso que me acho cada vez mais bonita, mais forte, mais determinada, mais audaciosa.

Audaciosa é um adjetivo que me define, na verdade.

Desde os 30, mudanças radicais tem feito parte da minha vida e no meu estilo de vida.
Não sei se sou uma cobra, trocando pele. Se sou a águia, quando se isola no alto da montanha, para trocar as penas ou a mitológica fênix, renascendo das cinzas. 

Acho que fico com a última, porque literalmente renasci até agora, das cinzas.

Durante o percurso da minha trajetória - infância / adolescência - aprendi a observar mais que falar, até hoje ainda tento botar isso em prática (mesmo sendo difícil). E, como qualquer adolescente tive minhas crises existenciais. Uma das coisas boas dessa época que ficaram foi: desafiar. 

Minhas asas cresceram rápidas e ganharam os céus, aos 19 anos. Uma boa época para aprender, aprendi a matemática do salário e os custos de uma casa, o meu teto. Primeiro aprendi a fazer receitas de miojo e fui aperfeiçoando, criei gosto!

Nessa mesma época criei duas identidades: a Daniele de exatas e a artística. As duas vivem em mim, tive que me adequar a isso.

Aos 23 me apaixonei perdidamente, aos 27 casei e antes que completasse os 28 separei. Aos 29 casei novamente, com a mesma pessoa. 

Aos 30, minha vida mudou completamente. Tive um aneurisma hemorrágico, aprendi o real significado do amor. 

Em 2013 passei a desacreditar em estatísticas, minha "mega sena da virada" viria em outras formas. No mesmo ano desafiei todos os médicos, todos. Saí de um aneurisma hemorrágico sem sequelas e voltei a fazer coisas que nunca mais iria fazer, dirigir é uma delas.

Tempestades indo embora, vieram dias nublados e estes quase não passaram.

O ano de 2014 prometia muitas mudanças e elas realmente estavam acontecendo, ainda continuam.

Maio foi um mês neutro, vamos colocar assim... nas ultimas horas do último dia de Maio o diagnóstico que mudaria novamente, tudo: estou com CA. Não vou dizer que não fiquei chocada, que não chorei, que não praguejei, mas a partir do momento que chorei todas as lágrimas, levantei a cabeça e abracei a luta.

Deus só dá a carga que podemos suportar. E, da luta, eu não fujo.

Portanto, hoje quero me dar esse parabéns. 



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