sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O câncer, a cirurgia e a recuperação

Descobri o câncer em 29 de Maio desse ano, minha cirurgia aconteceu nesta última sexta-feira, dia 01 de agosto. Entrei na sala cirúrgica as 10h e, segundo minha mãe, saí as 16h.

O câncer que tenho é o mais difícil de ser diagnosticado, mesmo fazendo a prevenção a cada ano e às vezes, a cada 06 meses, por conta da SOP (síndrome dos ovários micro-policísticos). Nunca se chegou a diagnóstico algum. O que me fez começar a duvidar dos constantes diagnósticos de "stresse" que os ginecologistas atribuíam ao sangramento, comecei a mudar de médicos até que um passou uma simples ultrassom e identificou um formato globoso do endométrio. A partir deste resultado, fiz uma histeroscopia que conseguiu identificar o endocarcinoma de endométrio. 

A priori, o câncer estava localizado apenas no endométrio e o médico já tinha esclarecido todas as minhas dúvidas quanto aos procedimentos cirúrgicos e pós-cirúrgicos. Inicialmente ele iria tirar apenas o endométrio e enviar para o "congelamento" afim de realizar a biópsia e saber realmente se o câncer estava apenas localizado, caso positivo, a cirurgia pararia neste estágio e após a recuperação iria fazer radioterapia. Contudo, foi constatado que estava mais avançado e seguiu-se a segunda etapa da cirurgia que foi tirar os ovários, trompas de falópio e o material seguiu para uma nova biópsia, saindo o resultado de que a cirurgia teria que se estender um pouco mais e a partir daí não sei de mais detalhes, a única informação que sei é de que a cirurgia foi até um músculo próximo ao reto.

Minha consulta com o oncologista é na próxima segunda-feira (11/08) e saberei todos os detalhes, inclusive qual será o tratamento pós-cirúrgico. O que presumo é de que a quimioterapia passará a ser considerada mais do que a radioterapia, mas isso é o médico que dirá.

Enquanto isso, os cortes estão sarando bem, não há sinal de inflamação. Tem uma enfermeira que todos os dias vem aplicar injeção na minha barriga e depois disso, ficamos conversando. Ela recentemente perdeu o pai, com câncer também, e cuida de um senhor de 50 anos que sofre de esclerose múltipla e hoje estávamos conversando sobre o psicológico de pessoas que sofrem de doenças graves, inclusive ela disse que a depressão mata muito mais rápido do que propriamente a doença.

Contei pra ela que de início, a notícia em si, me abalou muito. Mas depois resolvi lutar, porque já passei por tantas coisas e não seria agora que me entregaria. Contei sobre as viagens que já fiz, conversamos sobre fé, política, relacionamentos, ela chega as 06h da manhã e hoje saiu mais de 10h. Foi muito bom!

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