domingo, 6 de janeiro de 2013

Como tudo está, tão estranho...

Quando resolvi fazer um diário, pra mim, foi muito difícil. 
Fisicamente, em  primeiro lugar, porque escrever era um desafio enorme, como já disse aqui, minha coordenação motora com a mão direita ainda é um desastre e o fato de só exercitar me deixa cansada física e mentalmente. Depois, relembrar o que passei e  reviver a minha história, mesmo que contada pelo testemunho dos que me acompanharam, foi bastante estressante e talvez tenha sido a parte mais difícil, mais pesada. Passando essa parte, a cada obstáculo vencido e muitos outros ainda em curso, vejo que tudo valeu e ainda vale à pena. Estar escrevendo tudo isso.

Nessa semana resolvi abrir o blog para o público, enviei o endereço aos familiares e amigos, e vi que, pra eles, ainda é muito mais difícil reviver (mesmo que contada) a história. Minha mãe disse: "quando comecei a ler, me deu logo uma coisa ruim e  parei" e, minha amiga Eulália, "estou morrendo de chorar". Mas prefiro pensar que cada  um tem seu modo de encarar as coisas.

Essa é uma coisa curiosa, antes disso, era muito mais emotiva e expansiva. Depois do acontecido, sinto que fiquei mais fria com relação aos sentimentos, não que não me emocione, claro, mas demostrar é muito mais difícil, como se estivesse passando por uma era glacial. Prefiro ficar em casa, do que acompanhada ou em ambientes com muita gente, a Ana Paula (minha amiga, que me deu meu primeiro batom da MAC) foi pra Alemanha e nem sequer fui me despedir dela. Agora, um fato que me deixou alguns dias em estado de choque, foi o falecimento do tio Mota (tio da Eulália), não que não tivesse sentido a sua morte, mas não conseguia entender ou talvez compreender o seu falecimento assim tão repentinamente, fiquei mais de uma semana muito pensativa, como se estive ainda em estado de choque e com isso não conseguia expressar nada, mas só pensar no ontem e no hoje e não conseguia ligar as coisas... enfim, é tudo muito estranho.

Esses são alguns dos fatos que aconteceram, é como se a área dos sentimentos tivessem sido desligadas. Tenho lido depoimentos de outras pessoas, que passaram pela mesma coisa que eu, e a queixa é a mesma, uma constante falta de vontade de socializar, uma pessoa estranha a si e a tudo que a rodeia. Se é difícil para as pessoas compreenderem isso, pra mim é muito mais.

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